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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MAURÍCIO VITOR HUDSON

 

(1988 – Santo Antônio do Grama/Minas Gerais).
Poeta, adepto do budismo e praticante de artes marciais,
sua poesia recebe notória influência de tais filosofias.

 

 

 


MELLO, Regina.  Antologia de Ouro III. Museu Nacional da Poesia – Organização. Belo Horizonte : Arquimedes Edições, 2014.   136 p. 
15 x 21 cm.        ISBN 978-85-89667-50-0
   
Ex. bibl. Antonio Miranda, exemplar enviado por Regina Mello.

 

 

 

        Meu caminho pela cidade

 

        Caminho pela cidade, observador homérico
de um mundo tortuoso,
vou junto aos carros da avenida
mendigando um pedaço de poesia
na loucura sagrada deste chão.
Carros correndo, correndo, corroendo-se
numa psicodélica corrida contra o tempo;
como se ao entardecer as pessoas caíssem em si,
então vendo que não há mais tanto tempo
Fizessem de seus carro a Barca de Caronte
a leva-los para um possível Paraíso...
Mas a ampulheta vai caindo em um
compasso despercebido,
e o que era novo vai ficando velho
e o que era lindo vai ficando belo
e eu descalço e esfarrapado
embriago-me de toda loucura
e em meio ao barulho desses carros
ergo minha voz e grito como um louco,
talvez sem ser ouvido
mas liberando toda dor contida:
Não existe motor que vá
tão rápido quanto a vida.

 

 

 

        Outono negro

Ode à vida, ode à morte
nas montanhas, Han Shan ao meu lado
saudades das coisas lá embaixo;
chove, uma densa nuvem de fumaça
sai da chaminé de alguma fábrica
uma criança corre, pulando de poça em poça.
Estou sozinho em minha pessoa
sou pouco, não sou tantas pessoas quanto o Pessoa;
olho o infinito pela estreita janela dos meus olhos
e vejo as montanhas se erguendo
e vejo um rio serpenteando a terra
e choro feliz
estou só e sou pó
miraculoso pó que nunca entenderei
por que estou preocupado demais
com minhas dívidas crescentes
com a necessidade de terminar o que comecei
para tentar entender um grão de pó que um dia eu serei.
Se eu pudesse descer a montanha
se eu pudesse controlar por um instante
toda essa loucura crescente,
mas Blake já dizia que “se o louco persistisse em sua loucura
tornar-se-ia um sábio”;
mas que sabedoria almejo,
eu que só quero ser tudo
nesta montanha?

 

 

*

 

 

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Página publicada em fevereiro de 2021

 

 

 
 
 
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